Educação

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Síndrome de Down

sexta-feira, 2 de dezembro de 2011

A fala nas crianças com síndrome de down

A fala, como se comentou anteriormente, é a expressão oral da linguagem. É nela onde se encontram as maiores dificuldades das pessoas com síndrome de Down. Na parte anterior se afirmou que a linguagem expressiva costuma ser inferior à linguagem compreensiva, e isto ocorre não apenas pelas dificuldades na aquisição das regras gramaticais, mas também pelas dificuldades da fala.

1. Inteligibilidade

De acordo com uma pesquisa realizada pela doutora Kumin, 95% das crianças com síndrome de Down apresentam graves problemas na hora de serem compreendidas por outras pessoas.

Esta inteligibilidade na fala das pessoas com síndrome de Down influi negativamente no desenvolvimento de sua linguagem expressiva e também na sua comunicação geral.

A inteligibilidade da fala é, portanto, a clareza com que se expressa uma pessoa. Uma fala é inteligível quando se entende com facilidade. Então, que traços têm a fala das pessoas com síndrome de Down que a fazem tão difícil de compreender?
a) Em primeiro lugar está a articulação, que faz referência à produção dos sons que formam as palavras de um determinado idioma. Para articular corretamente um fonema (som), é preciso colocar os órgãos bucofonadores (língua, lábios, palato, etc.) de uma determinada maneira, expulsar o ar corretamente e fazer, ou não, vibrar as cordas vocais. As crianças com síndrome de Down costumam apresentar dificuldades na hora de articular determinados fonemas. Segundo Kumin, este é o aspecto da fala que mais preocupa os pais. É verdade que os primeiros estudos (por volta dos anos de 1950 e 1960) indicavam que entre 95% e 100% da população de pessoas com síndrome de Down tinham problemas deste tipo.

b) A fluência do discurso é outra das características da fala que dificultam sua inteligibilidade. Refere-se ao ritmo e à velocidade com que se fala. A gagueira é a dificuldade mais habitual, incluindo as pausas, as repetições de sons, as palavras entrecortadas ou de sons prolongados. A explicação desta dificuldade habitual (entre 45% e 53% das pessoas com síndrome de Down) está dividida em duas opiniões: por um lado, há quem atribua esta dificuldade a uma disfunção motora da fala, outros a associam a uma dificuldade na formulação de enunciados ou na busca de uma palavra correta. Neste último caso, seria então um problema mais de linguagem do que de fala propriamente dita.

c) O tonalidade, a intensidade e a qualidade da voz de quem fala são aspectos importantes, apesar disto, segundo a mesma doutora mencionada anteriormente, apenas 13% dos pais de crianças com síndrome de Down no seu estudo estavam preocupados com este aspecto. A voz das pessoas com síndrome de Down costuma se caracterizar por ser rouca, provavelmente devido a diversas causas, como um uso da laringe inadequado, a penetração de refluxo gastroesofágico na laringe, alterações de tipo endócrino assintomáticas ou diferenças neurológicas (Leddy, 1996).
 2. Sistemas biológicos que afetam a fala

    A audição, que é deficiente em uma considerável percentagem de crianças com síndrome de Down (segundo os estudos, entre 38% e 78% da população), é um fator importantíssimo na hora de falar corretamente. Se não somos capazes de perceber adequadamente os sons, dificilmente os produziremos bem.

O aparelho bucofonador. Os ossos do crânio e da face das pessoas com síndrome de Down são geralmente menores do que os do resto da população. Estas variações podem produzir uma boca e garganta menores, que influi na forma como se produzem os sons. Por outro lado, o palato pode ser mais estreito, e não-ogival, como se costuma dizer. Estes dois aspectos fazem com que a língua tenha dificuldades para se mover e produzir os sons de maneira adequada.

Quanto à língua, tem-se comentado que é maior do que o habitual. Na realidade o que tem-se constatado é que a boca que é menor. Além disso, como a língua é um músculo, é afetada pela hipotonia (flacidez muscular), o que provavelmente faz com que seja protusa (para fora). Algumas crianças têm sido submetidas a operações nas quais se corta um pequeno fragmento  Por último, as pessoas com síndrome de Down em geral têm amígdalas e adenóides maiores, o que dificulta a inspiração nasal.

A Fisioterapia e a SD

  A avaliação inicial da criança com Síndrome de Down deve ser holística, sendo importante estar alerta aos problemas associados à síndrome, tais como hipotonia, redução da força muscular, hipermobilidade articular, pés planos, escoliose, alterações respiratórias, instabilidade atlânto-axial, doença cardíaca congênita, deficiências visual e auditiva, presença de doenças convulsivas. Com esses dados, o fisioterapeuta é capaz de analisar as necessidades de cada criança e de sua família, planejando orientações e intervenções apropriadas para cada situação.
O principal objetivo da fisioterapia é criar condições para explorar o potencial motor da criança, direcionando-a nas sucessivas etapas do desenvolvimento motor e auxiliá-la na aquisição de padrões essenciais e fundamentais do desenvolvimento, preparando-a para uma atividade motora subseqüente mais complexa. Os objetivos específicos são determinados de acordo com a faixa etária ou fase do desenvolvimento. Para alcançar esses objetivos são utilizados métodos que propiciarão maior independência, autoconfiança e ampliação da relação com o meio ambiente.

O objetivo da fisioterapia não é tentar igualar o desenvolvimento neuropsicomotor da criança com síndrome de Down ao de uma criança comum nem exigir da criança além do que ela é capaz, mas auxiliá-la a alcançar as etapas desse desenvolvimento da forma mais adequada possível, buscando a funcionalidade na realização das atividades diárias e na resolução de problemas.

A estimulação bem estruturada pode promover o desenvolvimento da criança, minimizando suas dificuldades e evidenciando a possibilidade de melhores respostas à experiência e adaptação a condições mutantes e a estímulos repetidos. A estimulação adequada torna consciente pra a criança os gestos da vida diária.

Os primeiros meses de vida são fundamentais para a estruturação de nossas potencialidades: as primeiras expressões do bebê são essencialmente motoras grande variedade de pequenos movimentos que fazem parte de um sistema complexo e organizado que irá influenciar no seu bem-estar, presente e futuro. Os primeiros movimentos são reflexos, porém, durante o seu desenvolvimento, a criança os refinará e os tornará mais precisos, reunindo todas as sensações motoras para chegar a gestos globais, tais como erguer a cabeça, sentar-se e ficar em pé.

Abaixo uma breve apresentação de fisioterapia.



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A importância do desenvolvimento motor em crianças portadoras de Down - 04 a 10 anos

  O desenvolvimento motor é um processo contínuo e demorado, porém em indivíduos portadores de Síndrome de Down o processo é um pouco mais lento. O presente artigo destaca padrões de movimento, que surgem com o desenvolvimento, em crianças normais e em portadoras de Síndrome de Down em uma faixa etária específica de 4 a 10 anos, sendo possível perceber que as crianças que possuem a síndrome, são capazes de executar os mesmos movimentos porém tardiamente, podendo alcançar estágios avançados de raciocínio e desenvolvimento, necessitando de estimulações coerentes com sua condição e incentivo da família e da sociedade.

   A síndrome de Down (SD) é um distúrbio genético, e a primeira pessoa a descrever sobre a doença foi o médico John Langdon Down, em 1866. É a forma mais freqüente de retardo psicomotor causada por uma anomalia cromossômica microscopicamente demonstrável. É causada pela ocorrência de três (trissomia) cromossomos 21, na sua totalidade ou de uma porção fundamental dele,  diferente do que muitas pessoas pensam, a Síndrome de Down é uma alteração genética. (ABC da Saúde, 2006). Geralmente pode ser diagnosticada ao nascimento ou logo depois por suas características dismórficas.

   Algumas características físicas, no entanto, são comuns a quase todos: o formato das fendas palpebrais, orelhas pequenas e malformadas, boca entreaberta com protusão de língua, baixa estatura e alterações nos dedos das mãos e pés, mesmo que em proporções diferentes, nas palmas das mãos é comum a existência de uma prega transversal denominada prega simiesca. A pele é flácida determinando o aparecimento de rugas nas frontes e os ligamentos são frouxos causando uma marcha insegura. Há também o atraso no desenvolvimento das funções motoras do corpo e das funções mentais. No que se refere à deficiência mental, embora sempre presente varia bastante quanto ao grau de severidade. E esteja certo: não há relação entre o grau de características físicas e o grau de deficiência mental de cada paciente.

   É essencial que nesta fase, na qual há maior independência motora, a criança tenha espaço para correr e brincar e possa exercitar sua motricidade global. A brincadeira deve estar presente em qualquer proposta de trabalho infantil, pois é a partir dela que a criança explora e internaliza conceitos, sempre aliados inicialmente à movimentação do corpo.

   De acordo com Neweel (1978), refere-se geralmente ao deslocamento do corpo e membros produzido como conseqüência do padrão espacial e temporal da contração muscular. É através de movimentos que o ser humano aprende sobre o meio social em que vive. As primeiras respostas de uma criança recém-nascidas são motoras, o seu progresso é medido através de movimentos.


   A criança que nasceu com Síndrome de Down vai controlar a cabeça, rolar, sentar, arrastar, engatinhar, andar e correr, exceto se houver algum comprometimento além da síndrome. Na verdade, quando ela começa a andar, há necessidade ainda de um trabalho específico para o equilíbrio, a postura e a coordenação de movimentos.  A seqüência de desenvolvimento da criança com Síndrome de Down geralmente é bastante semelhante à de crianças sem a síndrome e as etapas e os grandes marcos são atingidos, embora em um ritmo mais lento.
 

 

NORMAIS

SÍNDROME DE DOWN

De pé, caminhando e correndo

Não bamboleia; corre bem; sobe e desce escadas
flexionadas
Medo de cair; caminha com pés separados; pernas ligeiramente

Equilíbrio e salto

Fica sobre uma perna; salta para frente

Menor número de pontos de apoio; centro de gravidade elevado

Preensão manual

Agarra a bola pequena; come e desenha sozinho

Punho flexionado; sensibilidade dos dedos diminuída

Percepção visual
Totalidade; diz o nome de todas as cores; visão totalmente desenvolvida; reconhece os símbolos numéricos
Focaliza exata e rapidamente; desenvolve conceitos de
Acompanhará os Movimentos oculares


Dificuldade de fixação; falta de concentração; visão de cores tardia; a cabeça normalmente

Percepção auditiva

Pode ser persuadido; obedece instruções orais prontamente; executa três ordens curtas dadas conjuntamente

Não escuta os sons se não se houver concentração para ouvir

Percepção tátil

Reconhece as coisas pelo tato sem vê-los; diz onde dói; prepara seu próprio banho; regula a temperatura

Pode ocorrer perda total ou parcial dos sentidos táteis; não dizer “não toque”; sentidos de dor menos desenvolvidos; orientação para aprender avaliar diferentes temperaturas

Percepção de direção

Palavras: para frente, para trás; começa a usar palavras direcionais

Deve ser encorajado a engatinhas no chão; consciência de direção

Percepção de espaço

Palavras: ao redor da mesa, ao redor de si próprio.
Palavras: atrás, diante
Palavras: no meio

Percepção mais lenta; (trabalhar comparações entre objetos e suas características)

Coordenação olho/ mão

Constrói torres de 9 blocos (cubos de 2,5cm); veste-se parcialmente; sabe usar botões grandes; desenha “um homem”; lava as próprias mãos e o rosto; veste-se sozinha; colore bem as figuras; amarra o cordão dos sapatos

Deve ser estimulada a fazer o mesmo que uma criança normal; encorajar a agarrar objetos com uma e ambas as mão; estender objetos a partir d todos os lados; usar objetos pequenos para estimular a preensão digital.

Fala

Monólogos longos; frases longas; faz perguntas constantes; fala quase correta e claramente

Dificuldade na pronúncia de palavras; frases soltas; dificuldades variadas no desenvolvimento da linguagem atribuída às características físicas ou ambientais

Consciência corporal

Tenta desenhar “um homem”; diz nome de muitas partes do corpo; desenha “um homem”; distingui o pesado/leve; consciência da tensão e da relaxação muscular

Apresenta atraso enorme a ponto de não receber o estimulo de que o normal desfruta ao ser cuidado; método para desenvolvimento; adquiri coordenação de sentidos

Dominância manual direita-esquerda

Conhece seu próprio lado esquerdo e direito

Aprende mais tarde, e alguns não desenvolvem nítida dominância

  Outras atividades comuns na infância também beneficiam o desenvolvimento psicomotor e global: pular corda, jogar amarelinha, jogos de imitação, brincadeiras de roda, subir em árvores, caminhadas longas, uso de brinquedos de parque como balanço, escorregador e gangorra.

   Posteriormente, a criança deve ter acesso às práticas esportivas, iniciando-se no esporte através da exploração e manuseio dos materiais e participando depois de jogos em grupo com orientação adequada.

    A deficiência mental está presente no quadro da Síndrome de Down mas os atrasos motores são corrigidos se bem estimulados desde cedo, com um trabalho desenvolvido pela criança de maneira espontânea, criativa e afetiva. Jogos e brincadeiras são instrumentos importantes para ajudar a estimulação da criança e favorecem uma boa relação entre família e a mesma, pois trazem prazer e satisfação.

 Assim, elas se sentirão mais seguras para uma inclusão na sociedade possibilitando um grande êxito, pois em mundo onde as diferenças individuais são pouco respeitadas, a criança portadora de Síndrome de Down, como todas as outras, precisa saber contornar certas situações e ter confiança para poder participar de um grupo social e escolar.



sábado, 19 de novembro de 2011



A Criança com Síndrome de Down é capaz de desenvolver qualquer atividade ou funções.

COMO DEVE OCORRER A PRENDIZAGEM DO PORTADOR DE SÍNDROME DE DOWN:



O portador de Síndrome de Down possui certa dificuldade de aprendizagem que na grande maioria dos casos são dificuldades generalizadas , que afetam todas as capacidades: linguagem, autonomia, motricidade e integração social. Estas podem se manifestar em maior ou menor grau.

A criança com Síndrome de Down tem idade cronológica diferente de idade funcional, desta forma não devemos esperar uma resposta idêntica à respostas da “normais”, que não apresentam alterações de aprendizagem.

A prontidão para aprendizagem depende da complexa integração dos processos neurológicos e da harmoniosa evolução de funções especificas como linguagem, percepção, esquema corporal, orientação temporo-espacial e lateralidade.

Crianças espécies como portadores de Síndrome de Down, não desenvolvem estratégias espontâneas e este e um fato que deve ser considerado em seu processo de aquisição de aprendizagem, já que esta terá muitas dificuldades em resolver problemas e encontrar soluções sozinhas.

Do ponto de vista motor, hipercinesias associada à falta de iniciativa e espontaneidade ou hipercinesias e desinibição são freqüentes. Estes padrões debies também interferem a aprendizagem, pois o desenvolvimento psicomotor e a base da aprendizagem.

É fato que o professor deve considerar o aluno como uma pessoa inteligente que têm vontades próprias e afetividades, e estas devem ser respeitadas, pois o aluno não e apenas um ser que aprende.

O ensino das crianças especiais devem ocorrer de forma sistemática e organizada, seguindo passos previamente estabelecidos, o ensino não deve ser teórico e metódico e sim de forma agradável e que desperte interesse na criança.

O atendimento a criança com síndrome de Down deve ocorrer de forma gradual, pois estas crianças não conseguem absorver grandes números de informações. Também não devem apresentar a criança Down informações isoladas ou mecanicistas, de forma que aprendizagem deve ocorrer de forma facilitada, através de momentos prazerosos.

As atividades devem ser centradas em coisas concretas, que devem ser manuseadas pelos alunos.

As experiências devem ser adquiridas no ambiente do próprio aluno.

Situações que possam provocar estresse ou venham ser traumatizantes devem ser evitadas.

A criança deve ser respeitada em todos os aspectos de sua personalidade.

A família da criança deve participar do processo intelectivo.



A IMPORTÂNCIA DA FAMÍLIA:



A família deve ser orientada a colaborar a participar do programa educacional, promovendo desta forma uma interação maior com a criança. Também e fundamental que a família incentive a pratica de tudo que a criança assimila.


“A qualidade da estimulação no lar e a interação dos pais com a criança se associam ao desenvolvimento e aprendizagem de crianças com deficiência mental”. (CRAWLEY; SPIKER, 1983).


Assim e fundamental o aconselhamento a família, que deve considerar, sobretudo a natureza da informação e a maneira como a pessoa e informada, com o propósito de orienta-la quanto a natureza intelectual, emocional e comportamental.


Assim os conselhos devem se preocupar com os temores e ansiedade, sentimentos de culpa e vergonha, dos familiares e deficientes. Devem reduzir a vulnerabilidade emocional e tensões sofridas, aumentando a capacidade de tolerância.


E importante a família estimular precoce mente seus filhos portadores de Síndrome de Down, quanto mais cedo essa criança for estimulada melhor será seu desenvolvimento.


A superproteção dos pais pode influenciar negativamente no desenvolvimento dessa criança. A criança acaba ficando isolada e não consegue sua independência não consegue se desenvolver. Os pais concentram mais a atenção nas deficiências de modo que os fracassos recebem mais a atenção que os sucessos e a criança fica limitada nas possibilidades que promovem a independência e a interação social.